segunda-feira, 29 de setembro de 2008

TEORIA DO CONHECIMENTO

TEORIA DO CONHECIMENTO[1]

 

© DE João Batista do Lago

 

Se há um indivíduo

Existe um animal;

Se há um sujeito

Existe um sentido;

Se há um sentido;

Existe um pensamento;

Se há um pensamento;

Existe uma idéia;

Se há uma idéia

Existe um discurso;

Se há um discurso

Existe o outro;

Se há o outro

Existe a comunicação;

Se existe a comunicação

Existe a linguagem;

Se existe a linguagem

Existe um signo;

Se existe um signo

Existe o significado;

Se existe o significado

Existe a interpretação;

Se existe a interpretação

Existe o ser;

Se existe o ser

Existe o complexo;

Se existe o complexo

Existe o não-idêntico;

Se existe o não-idêntico

Existe o social;

Se existe o social

Existe a Sociedade

 

[...]

 

Conhecimento!



[1] Esta poesia foi especialmente elaborada para fazer parte de um projeto que desenvolvo denominado de POETERAPIA


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Fonte da Ilustração: http://www.enciclopedia.com.pt

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

BIG BANG

BIG BANG

 

 

© DE João Batista do Lago

 

 

Deu-se em mim o big bang

Sou a origem do universo

Diverso

Disperso

Na solitária poeira da explosão

Sou-me, de mim, toda revolução

Desde o meu nada ao meu real

Sou a ordem incriada

Sou divino... Sou profano

Ufano minha loucura:

Sarcófilo viajo

– seja no tempo; seja no espaço –

Diásporo

Origino-me do não-ser

Orgasmo reprodutor de cada ser

Cosmópole que me cumpre ser um em todos


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Fonte da Ilustração: http://www.outsideinthemovie.com/images/Big-Bang.jpg

sábado, 20 de setembro de 2008

TUA NUDEZ


TUA NUDEZ

© DE João Batista do Lago

Tua nudez passeando pela casa
Faz de mim expectador de toda beleza.

Teus pés pisam o chão com tanta ternura,
Que chego a sentir ciúme dele!
Passo em passo, pela casa, nas pontas dos dedos,
Revelas o salto alto de um sapato imaginário
Que desfila para a procissão dos meus olhos
Tua sântica imagem corporal.
Quando passas por mim, bela e sensual,
Sinto-me cada vez mais teu devoto
Oblata da liturgia do teu corpo
Fiel adorador da tua beleza
Capaz de pagar todos os dízimos
Ficar a esmo como qualquer mendigo
Só não quero ficar sem o pão da tua sacristia:
Teu corpo, vinho e hóstia, meu alimento.

Tua nudez passeando pela casa
Faz de mim expectador de toda pureza.

Teus tornozelos carnudos e arredondados
Que pouco a pouco vão sendo revelados
São como prenúncios de desvelos segredados
Véus, como nuvens, descortinam tuas curvas:
Pernas torneadas; serpenteadas de volúpias,
Dobram-me em oração quando me enlaçam!
Dão-me nós inquebrantáveis quando me abraçam
Deixando meu corpo submisso ao suplício
Ternura agônica sem qualquer sacrifício
Vou-me rendendo, aos pouquinhos, como Tântalo
Quando já quase louco quer a bebida e fruto do teu corpo
Insuperável alimento que produz o teu horto
Jardim das Oliveiras de todos os meus gozos
Terra da minha condenação! Sou teu cristo: aceito a crucificação.

Tua nudez passeando pela casa
Faz de mim um expectador de toda singeleza.

Tuas coxas! Sinfonia do equilíbrio do universo!
Sustentam o sacrário de toda procriação
Guardam e segredam a mais pura flor de lótus
Donde toda espiritualidade nasce em profusão
Tuas coxas! Colunas que sustentam eternidade
Igreja de Lakshmi – a deusa da prosperidade –
Caminho que me conduz ao princípio do ser
Oráculo de raiares de sóis a cada amanhecer.
Venero-te quando me prendes ao teu eixo
Quando me ofereces à flor no mais puro beijo
Quando me pedes, qual zangão, para ungir o teu mel
Quando nos tornamos um no alvéolo sagrado do amor
Quando me tiras do corpo todo amargo do fel
Quando tatuas em mim, do teu gozo, todo odor.

Tua nudez passeando pela casa
Faz de mim um expectador de toda clareza.

Teus seios! Cristais que emolduram teu busto!
Vênus, por certo, de ti sentiria ciúme
A Zeus trataria de fazer queixume
Ao ver tanta perfeição no teu peito robusto
Teus seios são mais que protuberâncias
Também são fontes de enlaçaduras
Ondas que levam meu sexo às loucuras
Quando nos amamos sem quaisquer discrepâncias
Teus seios subjugam minha boca
Seduzem minha língua à presteza de todo carinho
Arrancando de ti frêmitos e loucos gemidos
Teus seios quando tocam em meu corpo
Dá-me uma vontade louca de nos querermos mortos
Para nos perdermos na eternidade sem sentidos

Tua nudez passeando pela casa
Faz de mim um expectador de toda grandeza.

Tua boca! Ah, como é quente tua boca!
Ela não precisa de palavras para falar de sentimento
Di-lo, com a força de um beijo, sem qualquer ressentimento
Todo amor mais profundo que, porventura, sufoca
Tua boca me lambe... Me beija... Me come
Me vira do avesso... Me faz ver estrelas... Me instala no céu
Transforma meu corpo num verdadeiro fogaréu
Tua boca me cala... Me fala... Me grita... Me consome...
Ah! Tua boca diz ao meu corpo o instante do gozo
Mas, teimosa insiste e palpita dentro de mim
Regaça minha razão... Floresce minha paixão...
Tua boca grita: “Não! Não paremos agora...
A sinfonia ainda não acabou! Dancemos...
Há tempo, muito tempo ainda para o amor.”



sexta-feira, 19 de setembro de 2008

TÂNTALO


João da Mata de Oliveira Roma , poeta, teatrólogo, jornalista, jurista, professor universitário, nasceu em Chapadinha, Maranhão, Brasil. Adepto do Simbolismo

TÂNTALO

Conta uma lenda antiga, cuja fama
Pelos tempos modernos inda voa,
Que lá no inferno, condenado à toa,
De fome e sede Tântalo rebrama.

Junto, corre uma fonte clara e boa.
Perto, um galho de frutas se recama.
Mas, se ele quer comer, se afasta a rama,
E, se tenta beber, a água se escoa.

Tem minha vida e a lenda o mesmo traço,
Flagela-me também um vão desejo,
Fome e sede incontidas também passo.

Punido como Tântalo me vejo:
Tão perto desse corpo, e não te abraço!
Tão junto dessa boca, e não te beijo!”

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LEIA MAIS POESIA DESTE AUTOR AQUI:

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

PRELÚDIO [© DE João Batista do Lago]


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PRELÚDIO

 

© DE João Batista do Lago

 

Sei-te senhor da sabedoria

Sei-te ordenador das luzes

Sei-te fonte de toda caloria

 

Sabes tão pouco do meu ódio

Sabes tão pouco da praga que te jogo

Quando surges, a leste, no teu exórdio:

Ladras manhãs que me roubam.

 

Prefiro teu epílogo quando queda no oeste!

 

Neste instante todas luzes brilham

Todas as estrelas cintilam e bailam sob os telhados

Todos os astros se acomodam

 

É quando surge minha aurora:

Desnuda!

Voa em minha direção e me abre os braços

- e as pernas! –

E num só enlaço me leva ao mais profundo dos mundos

Sol de todas as fontes de felicidades...

 

Mesmo que na manhã seguinte renoves teu discurso

- ainda assim –

Aguardarei o poente da tua sabedoria

Donde surgirá em beleza esplêndida

Nua

Carnuda

Desnuda

Trazendo-me todos os louvores e augures

A mais bela amante da minha alegoria...

 

(E cantamos a inteira noite o prelúdio das cigarras!)

 

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

MENSAGEM DO TINHOSO

MENSAGEM  DO  TINHOSO

O ônibus saiu da Rodoviária às oito horas em ponto. Durante vinte e dois minutos ficou a olhar a paisagem, como num filme de Godard, onde tudo se vê e em nada se fixa. O dia caminhava feio. Tudo cinza abaixo e acima da garoa fina e da névoa intensa que ora mostrava o topo da morraria próxima, ora descortinava os montes mais altos no horizonte. Dia feio e frio. Dia em que perro não sai de cima do jornal na soleira da porta, gato não desenrola do rabo e do canto do sofá, pernilongo não voa, besouro não zumbe. Dia pra beber chimarrão e chupar muita xícara com café fumegante.

Cansado da leitura da paisagem e das viagens mentais abriu a mochila, sacou o livro, retomando a leitura da noite anterior. Grande Sertão e Veredas. Estava ele ainda pela página 45, apesar de 13 dias de leitura, quando o telefone disparou. Disparou e parou antes que pudesse atendê-lo. Voltou à leitura e mais uma vez o telefone esganiçou no seu bolso. Tentou ler a mensagem, mas nada havia. Quem ligou não concluiu a primeira frase – "E ai mano...". Com o olho novamente na paisagem ficou mirando o rendilhado das lavouras de arroz alagadas e algumas que ensaiavam brotar as plantas para fora da água, mas que se mantinham cinzas pela ausência de luz. Estava assim, viajando na viagem, quando o telefone apitou com grunhido doido, insistente. Acelerou o gesto para tentar interromper o barulho incômodo para ele e para os outros passageiros.

Desta vez a mensagem chegou inteira:

_ E ai mano desejo boa sorte pro wil que vá pra ganhar eu estou em uma reunião por isso não estou ai pastor Gelson

Intrigado e chateado com aquela interrupção da sua leitura e da viagem do olhar no interior da paisagem resolveu respondê-la, mesmo não sabendo quem, onde, ganhar o quê, Wil, Gelson, sorte, ganhar, perder, pastor...

Passou os próximos trinta minutos construindo no celular a mensagem-resposta para aquelas palavras vindas do hiperespaço celulante da telefonia mundial. Por estar lendo Guimarães foi influenciado na construção do texto. Foi difícil apertar com precisão aquelas teclas tão pequenas com seu dedo gordo. Mas foi em frente...

_ Pastor Gelson, acho que nos desigualamos. Não sou seu mano. No momento estou no sertão de Santa Catarina, que apesar de santa, se hoje viesse pousar aqui, tinha de vir armada, com bala nos dentes, porque a gente daqui é tanto ruim, como um outro ruim dia um. Mas venha. Venha com sua carantonha. Se não prestar, outra cara a ela nois empresta. Causo ela fique muito furada, disminuimos as balas. Não tenha receio, o medo da morte só bate no bobo do corpo, não no interno das coragens. Pois venha.

Enviou a mensagem e, satisfeito com a missão cumprida, retornou ao livro se misturando com Riobaldo, Diadorim, a jagunçada, o tinhoso, a piriquitada e as veredas mineiras de histórias, estórias além de muitas sabedorias "Olhe: Deus come escondido, e o diabo sai por toda parte lambendo o prato..."

Tonicato Miranda

Curitiba, 15/Setembro/2008.

UM POEMA DEDICADO A MINHA AMIGA MITUCHA

BUSCA

(Dedicado a Maria Tereza [mitucha], com todo meu afeto)

 

© DE João Batista do Lago

 

As vozes da minha natureza

Ressoam as melodias dos hinos sânscritos

Que se avolumaram pelos tempos

Agora ressurgem em todos cânticos de meus deuses

Que me moram e de mim fazem igrejas

– ora sagradas, ora malditas! –

Onde procissões de mim(s)

Constroem na profundeza dos meus infernos

A mais rubra torre de pedras que me levam aos céus

Que vergastam minha mente

No silencio do meu mais profundo

Dharma sem deus

Da minha maior profundeza

De me saber-me nada

terça-feira, 16 de setembro de 2008

FRAÇÕES [© DE João Batista do Lago]

FRAÇÕES

 

 

© DE João Batista do Lago

 

 

A noite está fria

Meus pés estão frios

Meu corpo está frio

Meu cérebro está frio

Meus pensamentos... Congelados!

 

 

Sou um móvel.

Tantas são as gavetas!

Penso abri-las:

Tenho medo.

Há muita desordem...

Não quero limpar nada agora.

Prefiro este caos...

 

 

Sinto medo dos sujeitos que as gavetas guardam!

Não sei se eles são melhores ou piores,

Assim como não sei se sou melhor ou pior.

Acredito mesmo que todos são iguais.

Até mesmo a cor ocre do móvel

Equivale à cor ocre do meu espírito

 

 

Cada gaveta, um sujeito.

Cada sujeito, um segredo.

Cada segredo, um medo.

Cada medo, um eu.

 

 

Não! Hoje não!

Abrirei a gaveta...

Sim! Abrirei...

Mas, somente quando eu voltar.

sábado, 13 de setembro de 2008

Quadras ao Gosto dos Devaneios dos Finais das Tardes

Quadras ao Gosto dos Devaneios dos Finais das Tardes

© DE João Batista do Lago

*****

Entre juras de eterno amor
Enamorados tudo prometem
Tempos depois ao ver a dor
Cansados em si – revertem

*****

A flor mais rosa virou Sinhá
hoje vejo a flor mais roxa
num largo sorriso ao luar
me rouba... e prende na colcha

*****

São João... meu são joaozinho
atende depressa minha prece
- não me deixe ficar sozinho
sem ela tudo em mim aborrece

*****

Triste, o canto do sabiá!
Também pudera: está preso.
Nem mesmo Deus sabia:
o homem não sabe cantar


*****

Vô, Papai do Céu de ama
- disse meu neto um dia.
Sua voz em mim reclama:
Será verdade? Será alegoria?


*****

Quanta saudade
mora no meu peito
pensando na idade
fico todo sem jeito


*****

Faz tempo não te vejo
e todo dia te sonho
nesse devaneio tamanho
ser-te minha um dia almejo


*****

Menino de grande pança
lá vai ele correndo pro rio
foi-se aquele tempo de criança
ficou homem no seu desvario


*****

Senhora dona da casa
acolhei este mendigo
não me deixe ave sem asa
quero teu amor como abrigo


*****

Meu irmãozinho Nonato
bem sei estás lá no céu
mas sinto saudade de fato
das crianças brincando ao léu

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

O SUMO [DE João Batista do Lago]

O SUMO

© DE João Batista do Lago

O vazo que se me resta de asco
Já não mais agride o objeto do ser
Pereniza-se num semblante...
A dicotomia do asco e do ser
Juntam-se para um último trago dialético
E assim bebem o vinho do escarro
Sou-me de mim a uva pisada
De entrededos escorregam sucos
Ficam unhas impregnadas de sementes

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

TRADIÇÃO E RUPTURA: A Lírica Moderna de Nauro Machado

TRADIÇÃO E RUPTURA: A Lírica Moderna de Nauro Machado

 

© DE João Batista do Lago

 

Desde que ganhei um exemplar deste livro – TRADIÇÃO E RUPTURA: a lírica moderna de Nauro Machado –, que me foi ofertado pelo protagonista do mesmo, o poeta maranhense Nauro Machado, esta é a quinta leitura que acabo de realizar. Leitura e releituras que me renderam significativas notas! Há tempo queria sobre isto falar alguma coisa, mas sempre relegava para o futuro sem me dar conta de que, escrever sobre este livro é uma exigência; mas, ao mesmo tempo, uma operação difícil de executar, pois, o seu autor, Ricardo Leão, se não esgotara o assunto deixara muito pouco por ser dito. A pesquisa feita por Ricardo Leão é de uma profundidade epistemológica insuperável, além do que, a metodologia da sua analítica me soa bem ao espírito e a alma: a fenomenologia, que reduz ao máximo os enfoques psicologistas.

 

Tenho em conta ser o ludovicense Nauro Machado o maior poeta da língua portuguesa brasileira. Maior que seus conterrâneos Sousândrade, Gonçalves Dias ou Ferreira Gullar, por exemplo; maior que seus compatriotas Carlos Drumond de Andrade, Manuel Bandeira ou Affonso Romano de Sant’Anna, por exemplo. Isto não significa dizer que estes não tenham valor literário. Ao contrário: têm-no até demasiadamente. Contudo significa destacar e enfatizar que a poética de Nauro Machado supera quaisquer dos citados. E o livro de Ricardo Leão [aos meus olhos] vem provar exatamente isto.

 

Para além do resgate que faz da obra poética de Nauro Machado, Ricardo Leão restabelece “uma” verdade que, ainda hoje, está escondida sob o domínio de uma aculturação imperativa e imperialista do eixo Rio-São Paulo. Aculturação que produz e reproduz o conceito do colonizador sobre o colonizado, do ponto de vista da literatura brasileira. “Esse trabalho de Ricardo Leão é de significativa importância não só porque representa, para a cena crítica acadêmica e para o leitor da boa poesia, um poeta de larga produção qualificada, como Nauro Machado, mas também porque recoloca a reflexão, um tanto adiada, do fazer poético da contemporaneidade” [grifo meu] – (Valdelino Soares de Oliveira, professor de Teoria Literária da Universidade Estadual Paulista).

 

Ricardo Leão não mediu a extensão do fôlego. Não teve medo. Fez imersão na obra nauriana de tal profundidade que desconheço trabalho idêntico. E digo sem medo de, aqui e agora, fazer qualquer exageração que TRADIÇÃO E RUPTURA: a lírica moderna de Nauro Machado é um livro indispensável para quem quer, honestamente, estudar a literatura brasileira sem apelos de regionalismos ou submisso a uma indústria cultural bajulatória e concentradora de mesmisses que conspurcam a inteligência, o pensamento e as artes literárias daquilo que “eles” chamam de “o interior do Brasil”. Afirmo que qualquer estudo que se realizar no campo da literatura nacional e não se fizer menção a este livro, nada está (ou se considerará) completo, posto que, faltará sempre esta verdade sobre a poética de Nauro Machado.

 

E para finalisar resgato uma questão levantada pelo autor de  TRADIÇÃO E RUPTURA: a lírica moderna de Nauro Machado: “que fato de natureza literária ou não, explica a ausência de consagração absoluta em torno da obras de Nauro?” (p. 224). Ricardo Leão enumera e discorre sobre algumas nuanças para responder a esta pergunta. Todas factíveis. Todas prenhes de respostas ainda não dadas. Pessoalmente tenho outras tantas nuanças que poderiam ou podem ser enumeradas (o que não é o caso presente), mas a principal delas [aos meus olhos], não tenho qualquer dúvida, reside no seguinte fato: Nauro Machado jamais baixou a cueca para o eixo Rio-São Paulo, construtor de mitos de barro... de igrejinhas... de curriolas... Enfim, Nauro Machado, jamais quis sair do seu torrão, da sua São Luis,  da sua Atenas, para integrar os círculos de comensais circulatórios e circundantários de uma indústria cultural voltada para si mesma.

 

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FICHA TÉCNICA


Martins, Ricardo André Ferreia (Ricardo Leão)

Tradição e Ruptura: a lírica moderna de Nauro Machado / Ricardo André Ferreira Martins (Ricardo Leão. São Luis: Fundação Cultural do Maranhão, 2002. 

388 pp. 

Livro impresso pela Indústria Gráfica e Editora LITHOGRAF. End.:  Av. Ferreira Gullar, 40 – São Luis – Maranhão.

Fone: (0xx98) 3235-2082

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Mys Moradas

© De João Batista do Lago




El fondo

véese despues

de las orillas

my corriente de

moradas:




el puente

– ligero y fuerte –




la lluvia

– en olas furiosas –




el cielo e la tierra –

coligación de los divinos

e los mortales




Soy un puente

Soy un lugar

Soy my espacio:

tierra e cielo;

los divinos

e los mortales