PRELÚDIO
© DE João Batista do Lago
Sei-te senhor da sabedoria
Sei-te ordenador das luzes
Sei-te fonte de toda caloria
Sabes tão pouco do meu ódio
Sabes tão pouco da praga que te jogo
Quando surges, a leste, no teu exórdio:
Ladras manhãs que me roubam.
Prefiro teu epílogo quando queda no oeste!
Neste instante todas luzes brilham
Todas as estrelas cintilam e bailam sob os telhados
Todos os astros se acomodam
É quando surge minha aurora:
Desnuda!
Voa em minha direção e me abre os braços
- e as pernas! –
E num só enlaço me leva ao mais profundo dos mundos
Sol de todas as fontes de felicidades...
Mesmo que na manhã seguinte renoves teu discurso
- ainda assim –
Aguardarei o poente da tua sabedoria
Donde surgirá em beleza esplêndida
Nua
Carnuda
Desnuda
Trazendo-me todos os louvores e augures
A mais bela amante da minha alegoria...
(E cantamos a inteira noite o prelúdio das cigarras!)