domingo, 3 de fevereiro de 2008

CICLO

CICLO

© De João Batista do Lago

Mato-me quando findo dia
Mato-me quando findo noite
E neste ciclo de me morrer
Nasço na morte do dia
Nasço na morte da noite
Nascer do dia! Nascer da noite!
E de cada morrer-me
E de cada nascer-me
Espero o tempo da semente
Que me há na eternidade
Dum espírito superior

SUCESSO

SUCESSO

© De João Batista do Lago

Vês, meu camarada!
Há por aí uma mentira ditirâmbica:
“É preciso educar para o sucesso.”

O “sucesso” para essa gente
É como o suave óleo repelente
Afasta por instantes o mosquito
Mas não impede a ferroada que mata
Que deita por terra qualquer gigante

Dizem não haver sucesso sem o rico vintém
Renegam, assim, a pureza da solidariedade
Não faz sentido NÃO reter a propriedade – dizem
Sucesso é vencer sem medo nem piedade
E do mísero operário assaltar toda dignidade

Estás ferrado, meu caro, se esse sucesso não te compraz!