terça-feira, 13 de fevereiro de 2007

ASAS DE PÁSSARO (*)


Por João Batista do Lago

Preciso das asas de pássaro
Para viajar minha eternidade
Ser companheiro do tempo
Vagar como a luz
Até encontrar os mundos
- diaspóricos mundos –
Mas que me talham em cada dia
Nascido de cada noite

Preciso das asas de pássaro
Para encontrar o amor sem tortura
Amá-lo como se ama a liberdade
Do ar que sustenta os corpos
Num equilíbrio de vadias perenidades
- anárquicas vadias perenidades –
Mas que me talham na alma
A consciência superior de querer-te

Preciso das asas de pássaro
Para ser o sujeito do ser
Assegurar as doidivanas virtudes
Desde o primeiro tempo... Desde a primeira luz...
Até encontrá-las loucamente amantes
- eternamente amantes –
Mas que me talham de toda Justiça
E de mim possam transcender-se

Preciso das asas de pássaro
Para seguir meu caminho errante
Ser eterno companheiro da vida
Com olhos e amor (de eterno amante)
Que se entregam às virgens do saber
- mistéricas virgens do saber –
Mas que me talham na alma a
Gênese da consciência e da justiça... E do amor

(*) Poema para Heloisa BP e Henrique Sousa.