quarta-feira, 14 de novembro de 2007

LAMENTO

LAMENTO

© by João Batista do Lago

Ó velhos porões de almas!
Ciganos errantes. Ledos.
Aluviões de antigos medos
que singram os mares com
seus degredos de sorte vil,
ilusões paridas d’um só covil.

Ó velhas embarcações de ossos!
Teus degredos… Teus medos
são fraturas expostas dos teus
crimes de lesa alma, que pungem
toda dor da miserável sorte de
ser, apenas, o ser da morte.

Ó velhas cangalhas de carne!
Tua pena é a cena do afastamento
da divinal condição do ser e
neste teu enclausuramento és,
enfim, todo triste lamento, do
humano que pretendera Ser.