segunda-feira, 21 de julho de 2008

SONETOS LXXXII [© DE João Batista do Lago]

SONETOS LXXXII


© DE João Batista do Lago


não me lamento da seara dos puros
sempre nascidos foram dos espermas sagrados
eternos cafajestes sós e enclausurados
na sacristia de carnes e verbos de impuros


não. não me lamento de ser homem
tampouco verme de ventres acariciados
moldados feitas hóstias que se consomem
de noites e dias varridos pelos ventos dos desgraçados


não me há nenhum lamento de o ser
venerado pelos torpes verbos vindos do sagrado
sem o lamento das dores do crucificado


não me fora então por sorte massacrado
choraria meus horrores na esquina dos idolatrados
onde igrejas me veneram em cânticos despudorados