segunda-feira, 5 de novembro de 2007

O CORO (OU...

OS FILHOS DE LISÁRBUKUS)

© by João Batista do Lago

Nas terras de Lisárbukus
A Humanidade se repete
Na ignomínia dos desejos
E as almas sem qualquer pejo
A toda miséria se submete

Oh! Triste Humanidade
Carece por toda eternidade
Da Virtude e da Justiça
E assim condenada vive
No gerar-se e no morrer-se

Oh! Filhos de Lisárbukus
Teu destino não é diferente
Das almas de antigamente
Repetes a miséria do mundo
Nesse teu espírito de dor ingente

Teu caminhar, filhos de Lisárbukus
Erra em campos ermos e plangentes
Choras todas as dores da não-essência
Da tocha de fogo em constante ausência
Que te condena à eternidade de indigentes

Os filhos de Lisárbukus são órficos!
Deuses e deusas de toda eternidade
Condenaram os filhos de Lisárbukus
À miséria sem pena nem piedade
Errantes são? São águias… São urubus

Oh! Filhos tartáricos de Lisárbukus
Teus destinos não são desatinos dos deuses
A desgraça... a dor... a peste... e a morte
São as conjurações da vida gerida
São tributos da tua própria sorte

Enfim... é este o teu único destino
Homens e mulheres de Lisárbukus
Parir a sorte para evitar a morte
Derrotar os encantos dos desatinos
Para alçar voo à Virtude dos deuses

(Esta poesia é o Canto Introdutório do drama, em três atos, LISÁRBUKUS, que escrevi; mas que estou no momento fazendo uma revisão, para, posteriormente, publicá-lo. Todo o drama ocorre num país imaginário onde a disputa pelo Poder é a trama central).