quinta-feira, 28 de agosto de 2008

A CARNE

Há monstros!
Monstrengos há!

Seus caninos afiados
feitos presas de javalis
vislumbram o ataque fatal...

Mas, depois de devorada a tartaruga
percebem o grande mal que a si fizeram:
suas carnes estão sendo comidas
pouco-a-pouco são corroídas
nos palácios dos seus ancestrais...

Paradoxo do mal
Gabali não mais lhes dará abrigos!

O ventre que se lhes gerara recusa a imolação
Será o javali santo ou assassino?

Na pedra da imolação
Terá que comer seu própiro ventre
Pensou engravidar-se da tartaruga
Mas, fez-ze apenas oblação

Será o javali santo ou assassino?

O Sujeito-Áporo

O SUJEITO-ÁPORO


© DE João Batista do Lago



Cava dentro em mim

O inseto amargurado

Solitário em sua dor

Cava… cava… e cava

Cava silenciosamente

Desesperadamente só

Cava sem lamento (e)

Tudo que encontra: pó


Só ele vê as crateras

Onde reside o pus (do)

Ser: verme em vulcão

Humano: danado cão

Pois mesmo escavado

Não se dá por vencido

E assim convencido

Gera-se deus-inseto


Metamorfoseia-se!

Orquídico em Fénix

Surgente das cinzas

Vê-se sujeito presente

- Inseto agora ausente –

Voltado das cavernas

Pretende ser gente (e)

Plantar orquídea essentia