segunda-feira, 19 de fevereiro de 2007

NUMA NOITE DE FINAL DE VERÃO

Por João Batista do Lago

O mais leve toque de minhas mãos no teu corpo
dá-me a impressão do puro desvirginamento
de toda doçura que reside com tamanha candura
nas tuas curvas agora cobertas pelo lençol
mas que ainda há pouco sugava meu suor
em frêmitos gemidos de prazerosa sede carnal.
Não me contenho diante de tanta beleza
e vagarosamente, sutilmente descortino tua pureza
para gravá-la no mais fundo dos meus olhos
e tatuá-la no mais recôndito da minha consciência
para jamais esquecer toda ternura das tuas curvas
que me fazem enlouquecer de louca paixão.
E como se tivesse tocando na mais nobre rosa
vou-me imbricando entre as pétalas da tua alma
nascente do mais puro perfume que jorra amor
e aos pouquinhos vou-me perdendo no teu mar
vou-me afogando e vou-me afundando na paz
do mais puro gozo que reluz de ti.