sábado, 5 de janeiro de 2008

SEPULCRO (soneto)

SEPULCRO

© De João Batista do Lago

Ainda hoje tive notícias de ti
Soube do teu sepulcro em vida:
Carregas dor de não ser querida.
Pouco falaram, mas eu pressenti!

Toda infelicidade, ó como a senti!
O duro golpe de ser desvalida,
De não ser deusa, mas jóia corroída;
Anestesiada pelo sonho do jaborandi.

Eu que te venho amando por toda vida
Nada posso fazer por mim ou por ti
Nem minha paixão há tanto esquecida

Conseguirá salvar este amor, ó querida!
Viver solitário foi tudo que consegui;
Já nós dois somos nós no olhar da partida.