SONETO PARA ISABELA
© DE João Batista do Lago
Dá-me o prazer desta valsa
Vem. O salão é todo nosso
Deixa qu’eu te enlace o dorso
Qu’eu me perca numa nota falsa
Dá-me por instante teu virgem corpo
Quero dele calor ardente nesta dança
E como se fosse boneca de criança
Deixa-me sentir as pétalas da tu’alma
Dizer a todos sem nada balbuciar:
És flor! És rosa que fecunda meu horto.
És vida! Enfim, minha falsa valsa de ninar.
Vem! Levanta desta tumba fria, vem!
Vem... Vês, a valsa já vai acabar...
Vem, ó Isabela, esta falsa valsa comigo dançar.