segunda-feira, 30 de junho de 2008

Poema del día: "Hay un ángel negro sentado...", de Sacra Leal

Poema del día: "Hay un ángel negro sentado...", de Sacra Leal

Hay un ángel negro sentado
en la acera de mi alma,
un ángel asesinado en Somalia.
Trajo hasta este barrio
su dolor sencillo, su herida abierta
y ese lejano sabor a blues descafeinados.
Se ha sentado y no habla,
sólo mira, sin agitar los párpados,
y llena mi calle de tristeza infinita,
y llena mi alma de desalentados balcones,
de ventanas tapiadas, sin paisaje, sin hogar...
Hay un ángel negro sentado
en la acera de mi alma,
un ángel sin alas, sin cielo,
un ángel asesinado en Somalia.

Sacra Leal en La revolución del llanto (Ediciones Torremozas, Madrid, 1994).

sábado, 28 de junho de 2008

SONETOS XXIV [© DE João Batista do Lago]

SONETOS XXIV

© DE João Batista do Lago

Desditosa se me embalas os caminhares
Nos rastros que ficam pelos caminhos
Plantam-se avenidas de avessos olhares
Que me escrevem em rotos pergaminhos

Tantas e quantas rosas floriram os caminhos
Hoje murchas são marcas dum tempo roto
Em cada passo ficara a eterna vicissitude
Em cada pétala restara ambígua virtude

De todos és reina de eternas venturas
Nada se sustenta sem o teu consentir
És fio de navalha de todas criaturas

Muitos te a têm de forma aguerrida
Outros tantos te a têm sem nada sentir
Mas, todos querem de ti a própria Vida

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Visite a página pessoal do autor:
http://joaopoetadobrasil.wordpress.com

domingo, 15 de junho de 2008

EPIFANIAS [© DE João Batista do Lago]

[http://img.photobucket.com/albums/v194/tiagopt/epifania_giotto.jpg]

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Epifanias

© DE João Batista do Lago

Meus espelhos são reveladores:

Todos são peças do escárnio

São formas de um fundo vazio

Nascendo a cada dia no silêncio do nada

Gerados no ventre do nunca alvorecer

Em cada qual há uma só revelação:

Maldito e sagrado; azeite e mel

Escorrendo pelos degraus do fel da sagração

Vou-me revelando em cada cais – mortais! –

Velhos repositórios de águas sem sais

Múltiplo da imanência do ser não-ser:

Representação da existência dos meus fins

Ora demônios, ora serafins – deus e diabo! –

Vago a diáspora do sujeito sem casca

Fruto maldito da árvore sem laços

De todos os espelhos um é revelação:

Sou arte da dicotomia na dupla face do ser

Representação final da arte da natureza

Sou corpo... Sou alma!

Além disso, mumificação de nadas

terça-feira, 10 de junho de 2008

FENOMENOLOGIA [© DE João Batista do Lago]

Fenomenologia

© DE João Batista do Lago

Entre dois sacrários:

Útero e sepultura

Há-me toda pintura

Nelas residem

Deus e diado

Paraíso e inferno

Filho da carne e do barro

Top secret in the world

Desvelado no escárnio do sagrado

Manifesto santo e demônio

Imanente d’alma e espírito

Falsário do meu patrimônio

[...]

Que sacrário me revelará da

Felicidade e da justiça; do

Poder e da virtude; do

Abismo e do cume; da

Vida e da morte?

Que espelho, enfim, me desvendará:

Deus ou diabo?