segunda-feira, 27 de julho de 2009

Sincronicidade

Sincronicidade

� DE Jo�o Batista do Lago

Aquietai-vos!

Minhas palavras s�o apenas marcas duma raz�o instintiva

Provocadas pela �nsia de s�culos de solid�o

N�o h�, portanto, qualquer raz�o

Para o choro convincente de almas penadas

Gemas de ovos que circundam a eternidade

Entendei-me!

N�o vos falo da ignor�ncia do ser do indiv�duo

Convoco-os, entretanto, para a ceia da possibilidade do sujeito:

Tudo que se diz de si � sempre poesia

E nem mesmo as tormentas das maresias

H�-de sangrar o verbo feito da mais pura carne

Compreendei-vos!

Sois t�o somente a vossa possibilidade de ser

Estrutura suprema dos vossos conheceres

N�o vos percais no deserto a morrer de sede

Caminhai em dire��o ao po�o de �gua rara

Donde, s� de l�, saciar�s a tua palavra cara

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Somos apenas isso!

Somos apenas isso!

(Poema dedicado ao poeta Luis Augusto Cassas)

� DE Jo�o Batista do Lago

Sinto-me diante da minha impot�ncia

Sentado � mesa do meu nada

Saboreando meus Onthos

Donde escrevo saladas (e)

Vomito verbos...

Minha s�nscrita entidade

Reverbera-me na eternidade

Donde sempre fui o que n�o o sou:

Analg�sico da c�nfora m�gica (que)

Encanta a miser�vel carne...

Escrevo assim minha sistina

Povoada de par�bolas santas

Met�foras de possibilidades

Donde me ocorre ser o que n�o o sou:

Apenas excremento ontol�gico...

PIVETE


PIVETE


Por Marinaldo Gon�alves

Por favor,

Tirem-me os piolhos da cabe�a.

Por amor,

Antes que a fome me desfale�a,

Tenham piedade,

Evitem que mau destino me aconte�a.

Sou pobre,

Mas tamb�m sou gente;

Estou sujo,

Falta-me m�e ou parente;

Sou triste,

Por isso t�o carente.

Ainda n�o sei,

Como � que vai ser.

Apenas percebo

Que um dia vou crescer.

Forte,

Pelo muito que sofrerei;

Duro,

Ante o desprezo que passarei;

Mau,

Face a perversidade

Que na pele sentirei.

Ent�o,

Vendo-me forte,

Sabendo-me mau,

A sociedade,

Que n�o ligou na minha sorte,

H� de me chamar de marginal.

Mas,

Outro j� serei:

Rev�lver,

Na destra terei;

Punhal,

Na sinistra usarei!

E,

Vivenciando

O que aprendi,

Nem lembrando

O amor que nunca senti,

Em pr�prio juiz me farei,

Minha Justi�a empregarei,

A todos roubando

E muitos matando!

Se ao menino

Repulsa e dor ofertaram,

Do homem,

Menos gente, mais fera,

As elites

Receber�o a paga:

Nas ruas, nas estradas,

Pessoas, viaturas assaltadas:

Nos becos, nas moradas

Suas mulheres e filhas estupradas!

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JMGJ/A�A�/AGO/02/98