terça-feira, 28 de outubro de 2008

ORFANDIDADE

ORFANDIDADE

 

 

© DE João Batista do Lago

 

 

Fez-se-me o alvorecer

Duma manhã friorenta

Entrecortada de neblina

 

 

Os nós que me prendiam

Foram todos ablaqueados

E, então, vi-me pássaro

 

 

E voei sobre minha eternidade

E lá bem distante grunhi pensamentos

No silêncio da humanidade

 

 

Senti de todos os espíritos os lamentos

Passarem ligeiros como tufões

E os vi se transformarem em poeiras

 

 

E no encadeamento do grande eterno

Juntei todas aquelas leiras

E ungi meu corpo de sagração

 

 

E voei... voei... voei... voei...

Tão alto que me perdi no espaço

E pousei como um anjo no orfanato do sagrado