quarta-feira, 20 de dezembro de 2006

FELIZ NATAL

Feliz natal...

Neste natal eu gostaria de
desinternar-me.

Dar-me alta.

Gostaria de ser entendido,
de ser ouvido a partir de mim mesmo,
jamais por intermédio da palavra do outro.

No verbo do outro-eu nunca sou eu falando.
Estou sempre representado na rouca voz do eu-outro: na ágora, na arena, no teatro.

Neste natal gostaria de elaborar o meu discurso, de escorregar minha palavra por todo o corpo,
extasiadamente,
até poder reencontrá-la na essencialidade do ser,
até cansar-me de jamais cansar a liberdade,
onde a prometáfase congumélica
não desintegre vidas, mas
exploda de encontros desordenados e complexos,
babélico,
simétricos e assimétricos,
mas livre da inclusão que exclui
no discurso do eu-outro-eu-nós-eu.
Feliz natal!