quarta-feira, 7 de novembro de 2007

FOTOGRAFIA

FOTOGRAFIA

© by João Batista do Lago

Neste ensaio imagético
vejo-te inclusa
neste meu solitário cósmico
deste meu campo excluso.

No meu laboratório de visões
busco toda tua presença.
Nela não me há...

Há um branco total.
Nenhuma imagem.
O filme está queimado.

A burguesa igualdade não me deixa amar-te em toda a tua ebanidade.
E mesmo na cidade dos meus sonhos, na loucura das minhas noites,
és escondida em prostíbulos onde o amor se dá como propriedade
num modo de produção modernista incapaz de se permitir os
fulgores amantes da multiculturalidade.

As mentes diafragmáticas estão fechadas...
O flash não mais dispara feito clarão relâmpico, para
iluminar todo o breu da minha escuridão notúrnica, que
precisa urgentemente
dessa tua imagem resplandecente para
reacender o fogo e dissipar a diáspora para o
Tártaro mais profundo da existência de Gaia.

(Amanhã será outro dia e nele a certeza da tua foto hei de imprimir!)