FRAÇÕES
© DE João Batista do Lago
A noite está fria
Meus pés estão frios
Meu corpo está frio
Meu cérebro está frio
Meus pensamentos... Congelados!
Sou um móvel.
Tantas são as gavetas!
Penso abri-las:
Tenho medo.
Há muita desordem...
Não quero limpar nada agora.
Prefiro este caos...
Sinto medo dos sujeitos que as gavetas guardam!
Não sei se eles são melhores ou piores,
Assim como não sei se sou melhor ou pior.
Acredito mesmo que todos são iguais.
Até mesmo a cor ocre do móvel
Equivale à cor ocre do meu espírito
Cada gaveta, um sujeito.
Cada sujeito, um segredo.
Cada segredo, um medo.
Cada medo, um eu.
Não! Hoje não!
Abrirei a gaveta...
Sim! Abrirei...
Mas, somente quando eu voltar.
Um comentário:
Oi, João!!!
Que poema lindo, meu amigo!!! A emoção bateu forte!!! Muito profundo e expressivo, além de bom para refletirmos sobre os nossos medos, sobre os segredos que guardamos a sete chaves na nossa alma e que nos fazem mal, nos oprimem e impedem de sermos felizes completamente!!! Amei, querido poeta!!! Procurei uma estrofe particularmente, para dizer da que mais gostei, mas todas me disseram muito e não tive como escolher!!!
Deus te abençoe!!! Um abraço carinhoso!!!
Valderez.
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