domingo, 10 de dezembro de 2006


Hedonismo

Por João Batista do Lago

O capricho dos deuses
É pura ignomínia
Destinaram-me aos prazeres
Mas roubaram-me a hedonímia...
Assim subjugado
Maldito e condenado
Carrego este fado

Maldito – repito! - este destino
Que me tira o rumo e o tino
Das vidas outrora prazerosas
Entre deusas amorosas
Que a Juventude carnosa
Virtuosa e valorosa – em rosa
Reinava em bacantes dionisíacas

Depois dos vários prazeres
Restou-me deles os faleceres
Das fugacidades vivídicas
Hoje nem mesmo os saberes
De aretes apolínicas são verídicas
Aretes não são hedônicas – são vidas jurídicas
Distante – e longe – das bacantes dionisíacas

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Mas negam-se os deuses
Aceitarem tamanha tirania
Desde os tempos de Elêusis
E para resgatar a Ética
O grande Zeus já dizia:
“- Não são os deuses, mas sim os próprios homens,
que pela sua imprudência aumentam os seus males”.

Maldito e condenado
Carregando este fado
Assim subjugado
Este Homem em destino – sem tino
Segue transferindo seus lamentos
Procurando encontrar para suas dores
Um campo dêitico para deitar seus horrores

Um comentário:

Menina Marota disse...

No teu hedonismo, nesse Hino à Vida, em cada pormenor, com que partilhas as palavras que me trazem felicidade, aqui deixo as minhas para ti, neste...

...Poema em forma de tango...

Dou-te a minha mão
Prendes os meus dedos nos teus
E nesse entrelaçar que nos liberta
Uma dança fazemos.

Sentes este tango, que te percorre os dedos?
Entrego-te a minha boca
Nos teus lábios, amordaças os meus
E nesse beijo que nos incendeia
Uma sombra abatemos.

Porque sinto o Sol a percorrer-me o corpo, sem medos?
A ti me dou, em forma de palavras
Para que nos teus sentires, despertes os meus
E nessa paixão que nos enlaça
Um poema satisfazemos.

Um poema...

Este poema mágico, que sentimos dentro de nós
As tuas palavras, com que saboreias a minha alma...



Um abraço e mil felicidades ;)