quinta-feira, 1 de maio de 2008

SONETOS LXXVIII - © (DE João Batista do Lago)

SONETOS

© DE João Batista do Lago

LXXVIII

Avara! Mulher sem pena... Sem piedade.

Por que negas tanto a este ser mendigo,

A mim, andarilho, eterno bordigo (e)

Que vivo às margens da tua vontade?

Por que me negas o que Deus proveu,

Em ti, por obra e graça da Sua bondade;

Enfim, por que me negas o amor teu?

Tua beleza – prodígio da natureza! –

É o barco da vida que pretendo guiar

Os teus encantos, águas que pretendo singrar...

Então, por que me negas, avara mulher;

Por que me impões tamanho castigo?

Não! Não quero a sina eterna do bordigo.

Quero ser leme... Singrar teu corpo-mulher.

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