SONETOS
© (DE João Batista do Lago
LVIII
Canta minh’alma triste... Canta! Cant’os
Versos tristes minha solidão inglória
Navegante d’um mar vil e tormentoso.
Não me há-de sobrevir vida sem ti
Sou-me condenado, pobre, desditoso.
Náufrago solitário de vida errante;
Miserável viajor se não te sou amante.
Qu’interesse há desta vida agora
Sem os abraços e o calor do teu corpo quente?
Ah! Quanta saudade do tempo d’outrora
Quanta falta faz o teu beijo ardente.
Não me há maior castigo, nem desdita,
Teus olhos brilharem por figura maldita:
Prefiro morrer à vida de tão triste sorte.
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