Veleja(dor)
© (DE João Batista do Lago)
sempre sempre
venho volto solto
no fato dos atos
sinto sinto sinto
desacatos velhacos
ser desprendido
rugindo vazio
calafrio
alma alma
nunca calma
depois da calma
gritos dores
silêncio
vazio...
velo velo
veleiro
sem leme
sem navegador
carregas dor
só dor
lamento do vento
sustento do ser
que não quer ser
ser ser ser
faca de dois gumes:
direito esquerdo esquerdo direito
mar de estrumes...
navego ego
cego cego cego
nau de loucos
mortos dos meus cemitérios
condenados todos
loucos loucos loucos
velejam rezas
procissões desejos
pesco versos inconfessos
diversos dispersos
mares de peixes perdidos
sepulcro do ser
ser não-ser ser
nasceres mal-resolvidos...
findo fim enfim
mal-resolvido:
ser não-ser ser não-ser
dizer o quê?
viver morrer:
não-ser ser não-ser ser
ondas sem volume
não-ser ser do lume
topo de águas
volume de mágoas
ser-me não-ser-me
navegante navegador navegado
singrante singrador singrado
mar sujeito desprendido
Um comentário:
Maravilha!!!
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