O DIA EM QUE O CÉU DO ORIENTE CHOROU FOGO
(1989)
(Revistoo: 2008)
© De João Batista do Lago
Procurei todas as razões para entender as guerras
Nunca encontrei qualquer motivo que as justificassem
É por isso que não as entendo…
É por isso que não as compreendo.
Jamais aceitei a idéia da guerra como recurso para a paz. Jamais!
Nenhuma guerra é capaz de traduzir a paz. Nenhuma!
Todas são evolução da ignomínia do homem. Todas!
Em todas há a obsessão dada do poder e da ganância. Todas!
Não há razões para o fazer da guerra!
Que direitos são esses do Ocidente sobre o Oriente?
Oh, noite das noites!
Noites que se fazem meteoritos de estanho
Noites que se matam as crianças
Sem lhas dar as chances de saber da esperança
Oh, noite das noites!
Não posso cantar-te em meus versos
De ti resta-me o odor do sangue escarlate
Que jorra da terra como ouro negro
E que se compraz perseguir a alma dos mortais
Noite em que balas dançam pelos céus dos esquecidos!
Quem dera fosse essa noite o Apocalipse de João.
Quem dera!
Não teríamos o amanhã para chorar os sete arcanos
O céu não fumegaria o horror das bombas atómicas:
Buuuuuuuuuummmmmmmmmm…
Aqui uma cabeça; ali uma perna; mais adiante um braço…
Diante de mim vejo o corpo do amor no seu último abraço
Viro o rosto para não gravar tamanha desgraça…
Mas cai à minha frente um coração que pulsa: brasa!
Noites que rompem o tempo e se fazem espaço de guerras!
Pilhas de corpos que se amontoam sobre a relva
Corpos que depois de lavados são plantados em covas rasas
Covas que darão árvores daninhas no alvorecer do amanhã
Árvores que produzirão frutos de carnes humanas
Frutos que serão no teatro da vida o prato de predileção
Teatro onde se há-de encenar o ato seguinte da nova guerra
Guerra que consumará a vitória dos senhores donos do mundo
Vitória que será húmus da miserável guerra que renascerá na terra.
Ó, Senhor de todos os céus, será assim eternamente a sina dos mortais!?
Noites de miseráveis guerras! Noites assassinas da Paz!
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