CÂNTICO INVERSO
© De João Batista do Lago
Macacos me mordam!
Vê-se animais sagrando o não-Sagrado
Vê-se animais!
Desconfiados dão-se bênçãos
E sentam-se nos colos de assassinos e ladrões
E contentam-se com a miséria que se lhes nasce
E geram a desgraça do abraço
No afeto do beijo de fel: todo feto
Que se lhes apimenta a língua ferina
Que será comida como troféu
Vê-se animais!
Sim, vê-se animais
Nos arraiais do céu!
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