HABITAT
© De João Batista do Lago
Habito-me de versos
Na casa dos meus fragmentos
Todos os meus lamentos
São quartos do meu prédio
Onde resido como ancião
Contestante.
Como minha juventude
– Salada de novas vidas! –
Ocra vermelha salgada
Debulhada na madeira do ser
Que me endurece a alma
Sustentáculo do vir-a-ser.
Habito-me, pois, com pavor
Rasgando os meus fragmentos
Presos pelos discernimentos
Torturados pelos intestinos
Vadios que me ejetam da nave:
Excremento de puro ser.
Assim habito-me: não-Ser
Disfuncional na funcionalidade
Substancial da presença
Marcada pela ausência do ser.
Habito-me, pois, assim:
Escala da vida dantes já morta!
sábado, 29 de dezembro de 2007
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Um comentário:
"...Habito-me de versos
Na casa dos meus fragmentos
Todos os meus lamentos"
E no ouro das suas palavras, a água cristalina da fonte...
Beijo no seu coração :)
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