PIVETE
Por Marinaldo Gon�alves
Por favor,
Tirem-me os piolhos da cabe�a.
Por amor,
Antes que a fome me desfale�a,
Tenham piedade,
Evitem que mau destino me aconte�a.
Sou pobre,
Mas tamb�m sou gente;
Estou sujo,
Falta-me m�e ou parente;
Sou triste,
Por isso t�o carente.
Ainda n�o sei,
Como � que vai ser.
Apenas percebo
Que um dia vou crescer.
Forte,
Pelo muito que sofrerei;
Duro,
Ante o desprezo que passarei;
Mau,
Face a perversidade
Que na pele sentirei.
Ent�o,
Vendo-me forte,
Sabendo-me mau,
A sociedade,
Que n�o ligou na minha sorte,
H� de me chamar de marginal.
Mas,
Outro j� serei:
Rev�lver,
Na destra terei;
Punhal,
Na sinistra usarei!
E,
Vivenciando
O que aprendi,
Nem lembrando
O amor que nunca senti,
Em pr�prio juiz me farei,
Minha Justi�a empregarei,
A todos roubando
E muitos matando!
Se ao menino
Repulsa e dor ofertaram,
Do homem,
Menos gente, mais fera,
As elites
Receber�o a paga:
Nas ruas, nas estradas,
Pessoas, viaturas assaltadas:
Nos becos, nas moradas
Suas mulheres e filhas estupradas!
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JMGJ/A�A�/AGO/02/98
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