sábado, 28 de fevereiro de 2009

EU SIMBÓLICO

EU SIMBÓLICO

 

© DE João Batista do Lago

 

Resta-me da ossatura a

Carne de todos os símbolos

Perambulando entre os

Apriscos da floresta

Pictórica de muitas moradas

São meus alimentos os

Instintos selvagens dos

Instantes angustiados...

Sou fera rara! Tão rara

Quanto temporais de sonhos

A vida – minha catacumba! –

Encorpa minha alma de espíritos

Hora puros... Outras impuras

Sob o açoite de vergastas

Que me movem em direção aos nadas

Selo com meus símbolos a

Diáspora de todos os povos

Encarcerados nos andaimes dos

Caminhos para Babel:

No final da jornada não há céus

Todos os demônios unem-se

Numa desesperada oração onírica

E entoam hinos sufragantes

E choram choros lamuriantes

– gritos das minhas alcatéias! –

Oh! Sensações de ondas em espirais

Que me fazem vibrar no umbral de

Loucuras santas – tantas e quantas! –

Perdoa o corpo que te abriga as dores

Salva-o dos chicotes das representações

E me revelas o sonho real

Gerado nas profundezas da carne imaterial

É lá onde desejo ser toda Possibilidade dos

Sonhos mais sublimes e perfeitos e

Matizar minhas cores na ossatura do eterno

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