sábado, 21 de fevereiro de 2009

A CONCHA E SUA IMENSIDÃO

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A CONCHA E SUA IMENSIDÃO

© DE João Batista do Lago

Da imensidão da concha

Recrio-me da pequenez

Invado minha floresta

À cata do rio mais limpo

Para garimpar a perolo negra

A mais sublime pedra

Gerada pela concha

Que só revela seus segredos

À sua imensa floresta

No interior da floresta

Guardada pelas águas dum rio livre

A concha jamais aborta suas pérolas

Ela recria-se com tanta imensidão

Deixa de ser pequena habitação

Para se tornar palácio de todas as pérolas

E ser o ventre de toda natureza

No movimento mais sublime da criação

Do molusco perfeito que se arrasta pelo chão

Assim é a imensidão da minha concha

Quando se lha tem guardada pela floresta e pelo rio

Não há nada mais sublime; e nem divino

Nada maior existe que sua própria dimensão

Pérola e molusco vagam a mesma floresta

E navegam no mesmo rio de águas livres

Rompendo rochedos; furando pedras

Abrindo caminhos com a força do furacão

Rasgando a imensidão da terra para nova habitação

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