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"O poeta João Batista do Lago, cidadão consciente e culto, nesta sua obra, expressa e reflete sobre variados temas. Com isto demonstra aptidão e conhecimento em várias áreas do conhecer humano: Filosofia, Arte, Antropologia, Sociologia, Mitologia, Literatura, Política, História, Ecologia e outras mais" (Johannes de Silentio).
Corpo! Corpo! Corpo!
Infra-estrutura do existir;
dialética dos desejos;
forma da matéria médica;
metafísica da justiça;
igreja de toda semiótica.
Um corpo tão assim:
prenhe de significados (e)
de significantes…
estética da beleza, do amor e da virtude
revela em toda sua vicissitude
o infortúnio duma morada ignota
Ó corpo, único real do existir
corpo que me encorpa a ossatura
num corpo que me mora como casa…
quanto tempo restará da desventura
da poeira concentrada?
Da astúcia dum viver sem ter morada?
Ó corpo!
Corpo que me arrasta pelo espaço (e)
que me tem como leme vagabundo
na proa dum tempo sem sentido
funde esta nau de condenados
no espectro do mar dos desesperados
Não te quero mais sentir,
ó corpo meu… meu corpo – minha casa
Afasta de mim esse cálice
Faz com que meu corpo cale-se
da angústia de todos os desejos…
Faz com que ele alce a taça da virtude
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