quinta-feira, 2 de outubro de 2008

DEUS-ME

DEUS-ME

© De João Batista do Lago

O meu divino-deus continua embalsamado

Reclama sua eterna existência dentro de mim

Convoca-me a mostrar-me substancialista

Grita do fundo do poço quanto devo ser artista

Ó deus que dentro em mim quer despregar-se

Dizer-me abertamente que sou sujeito, porém

Demônios angélicos lhe pedem em prece:

- Não forneça o Sol da noite a quem não merece

Desgraçado então a vida assim condenado sigo

Sem ter oportunidade de deus-me ser parido

Complexo defunto: amplo encanto do eu-partido

Eu-deus carrega então a cruz dos vencidos

Pleno do pus pútrido de eterno Homem não-nascido

Calado na sua gênese como a essência do vencido

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