Olhar Cinzento
© DE João Batista do Lago
e depois de tanta confusão
deram-me descansos os mestre
aí então pude olhar a janela do meu quarto
deu-me a impressão da porta de um cofre
cá dentro eu-segredo me guardo
e do outro lado da janela
até onde meus olhares se vão
não há revelações
lá fora está minha imagem vendo os quintais
e neles as leiras das dores
e os montes de misérias quantas
e tantas... e tantas e quantas
jorrando o pus
dos desesperados
vistos pelos meus olhos de olhares cinzentos
de um dia claro e ensolarado
melhor mesmo é ficar aqui dentro guardado
fechado no meu cofre
comendo palavras
amargas com doce de marmelada
o resto?
É só uma cagada
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