segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

INFERNO

INFERNO

© De João Batista do Lago

Quem me dera morto havê-lo nascido
A rosa que de mim tão bela não teria murchado
A vida não me houvera como sacrifício
E eu nas alamedas cortando a selva de pedra com o machado

Quem me dera morto não teria crescido
Feito lobo faminto dessa selva de ensandecidos
Não mostraria os dentes para saldar os já vencidos
Desta guerra sem fim dos que em si nunca foram nascidos

Quem me dera morto a rosa sobreviveria
Porque vivo as pétalas choram em mim o eterno
Sabem do tormento que é viver nesse inferno
O morto que mesmo vivo é preso de sua cadaveria
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Um comentário:

H. Sousa disse...

Caríssimo Mestre:
Bom Natal para si, pleno de poesia!
Abraços