sábado, 24 de fevereiro de 2007

POR QUE AS ELITES E A NEOBURGUESIA BRASILEIRASSE OURIÇAM QUANDO SE FALA EM GUERRA VIVIL?


Por João Batista do Lago[1]
Esta questão ocorreu-me após uma entrevista que dei ao jornalista Mhário Lincoln, editor do portal MHARIO LINCOLN DO BRASIL[2], no domingo de carnaval, mas veiculada somente na quarta-feira de cinzas, onde, muito ligeiramente falei sobre essa questão. Para meu espanto, minhas palavras imediatamente à veiculação causaram uma tipologia de “ouriçamento” na audiência do site: 1) visível, e 2) invisível. E isso, para mim, foi uma excelente descoberta (e creio, a será para o jornalista Mhário Lincoln), ou seja, a home tem uma audiência que mostra a cara, que não tem medo de interagir, que não se esconde; e outra: que não se expõe, que se esconde, que é covarde, e que ainda por cima, quando seu nome é exposto na penumbra pede para não ser identificada. Deste fato ocorre-me a seguinte conclusão: a) a existência de uma elite e uma burguesia saudável e b) a existência de uma elite e uma burguesia arrogante, prepotente, discriminatória e preponderantemente ditatorial, e o pior de tudo, insensível às questões nacionais, isto é, preocupadas pura e tão-somente com o enchimento de suas burrinhas e o “brutal” enriquecimento, em contraste com 90% de um povo-nação de miseráveis e pobres. Com aquela (a) pode-se concatenar conversação, debate, discussão, e até justapor ou contrapor idéias no sentido de uma saída para nossas agruras como violência, crime, miséria, pobreza, educação, saúde, favelização... Com esta (b) é impossível quaisquer concatenações, pois, seu método é o já conhecido anonimato e suas práticas ameaçadoras. A esta (b) este meu aviso em forma de poesia, minha arma letal, que jamais se apagará, “apesar de você”:

Negação

Não aceitarei jamais
A decisão faceira
De me enquadrares
Dentro do quadrado
Mágico da ordem
Bem-estabelecida.
Essa tua guarida
É pura morte
Morte da palavra
Que se calada
Fica de toda ferida
Nos currais da ordem.
Tirai o tapete estendido
Dele não me utilizarei
Minha passagem será livre
Será escarlate – bem sei
Portanto não te ofereças tanto
A quem amor não te tem.
Quanto ao teu corrupto vintém
Assegura-o em tua desgraça
Ele não se fará mordaça
Da livre palavra que graça
Em toda praça com raça
Deste povo que não é chalaça.

=*=
(In EU, PESCADOR DE ILUSÕES, LAGO, João Batista do - Ed. Mhario Lincoln do Brasil, 2006 – 1ª Edição – E - Book Grátis)[3]

Feitas estas considerações vamos ao que interessa, ou seja, tentar responder a questão que intitula este artigo: Por que as elites e a neoburguesia brasileiras se ouriçam quando se fala em Guerra Civil?
Antes de tudo, porém, vale dizer que minhas palavras (como bem foi observado por alguns dos interragentes da entrevista) não contêm em si nada de novo. Isto é fato. Antes de dizê-las muitos já manifestaram o mesmo pensamento. Portanto, nada há de novo naquilo que disse ao jornalista Mhário Lincoln. E reflete pura e tão-somente uma manifestação pessoal, melhor dizendo, uma representação da minha mente que teima em não ficar adormecida pelo ópio do Poder, da Dominação, da Burguesia e das Elites que não têm o Brasil como referência, mas seus intestinos. E que, por isso mesmo, pouco se lhes dá em discutir o Brasil real, posto que, o que se lhes interessa é o brasil (com “b” minúsculo) do carnaval, da mulata, do samba, do futebol – manifestações culturais que já nem mais são do povo-massa ou do povo-nação – como “sujeitos operadores” de uma país de alienados. Eis, aqui, a metáfora implícita na “guerra civil” por mim ditada. E neste sentido não tiro uma palavra, uma vírgula sequer, do que declarei. E repito: este país precisa da sua guerra civil para constituir-se como nação, para criar sua identidade e sua cultura próprias. E isto significa dizer, noutras palavras: as elites brasileiras, com o beneplácito das burguesias nacionais, sobretudo essa elite que não mostra a cara, que está escondida nos porões do capitalismo nacional, nos palácios, nos governos, nas instituições, falharam. E falharam feio.
Tome-se como exemplo as palavras de um dos maiores intelectuais que esta nação já produziu, o antropólogo Darcy Ribeiro; brasileiro consciente como poucos ou como nenhum outro: “O povo brasileiro pagou, historicamente, um preço terrivelmente alto em lutas das mais cruentas de que se tem registro na história, sem conseguir sair através delas, da situação de dependência e opressão em que vive e peleja. Nessas lutas índios foram dizimados e negros foram chacinados aos milhões, sempre vencidos e integrados nos plantéis de escravos. O povo inteiro, de vastas regiões, às centenas de milhares, foi também sangrado em contra-revoluções sem conseguir jamais, senão episodicamente, conquistar o comando de seu destino para reorientar o curso da história”.
E diz mais adiante o professor Darcy Ribeiro: “Ao contrário do que alega a historiografia oficial, nunca faltou aqui, até excedeu, o apelo à violência pela classe dominante como arma fundamental da história. O que faltou, sempre, foi espaço para movimentos sociais capazes de promover sua reversão. Faltou sempre, e falta ainda, clamorosamente, uma clara compreensão da história vivida, como necessária nas circunstâncias em que ocorreu, e um claro projeto alternativo de ordenação social, lucidamente formulado, que seja apoiado e adotado como seu pelas grandes maiorias”.
E enfatiza o professor Darcy Ribeiro: “Não é impensável que a reordenação social se faça sem convulsão social, por via de um reformismo democrático. Mas ela é muitíssimo improvável neste país em que uns poucos milhares de grandes proprietários podem açambarcar a maior parte de seu território, compelindo milhões de trabalhadores a se urbanizarem para viver a vida famélica das favelas, por força da manutenção de umas velhas leis. Cada vez que um político nacionalista ou populista se encaminha para a revisão da institucionalidade, as classes dominantes apelam para a repressão e a força”.
Tão claras são as palavras do professor Darcy Ribeiro que dispensam comentários, mas servem para serem introjetadas e pensadas por todos que não se encontram adormecidos pelas benesses dessa “classe dominante”, mas que prefiro continuar chamando de elites brasileiras.
Por outro lado, e por fim, quero encerrar este artigo dizendo o seguinte: minha gênese é o barro do debate, da discussão, e em razão disso aceito, muito embora não concorde ou discorde veementemente dos seus enunciados ou conteúdos discursivos ou ideologias, que sejam postas à mesa, mas ao mesmo tempo sou radicalmente contrário às manifestações academistas ou academicistas, com ar de uma tipologia de professorado, como aquelas que desejam esconder a verdade mais-que-real dentro do campo de um pretenso saber conceitualístico, oriundo de reservas compilatórias de bibliotecas virtuais; assim como não aceito, sob hipótese quaisquer, o encavernamento - por intermédio de um escapismo barato - do núcleo do debate, como aquele que se diz simplesmente que tudo não passa de mero sensacionalismo. Aos defensores desta arte retórica resta-me assinalar o seu grau de aculturação sócio-político, e bem dizê-los promissores defensores da “classe dominante”.
[1] João Batista do Lago, 56, é jornalista, poeta, teatrólogo e escritor.
[2] http://mhariolincoln.jor.br/
[3] Solicitar livro: mhario@globo.com

segunda-feira, 19 de fevereiro de 2007

NUMA NOITE DE FINAL DE VERÃO

Por João Batista do Lago

O mais leve toque de minhas mãos no teu corpo
dá-me a impressão do puro desvirginamento
de toda doçura que reside com tamanha candura
nas tuas curvas agora cobertas pelo lençol
mas que ainda há pouco sugava meu suor
em frêmitos gemidos de prazerosa sede carnal.
Não me contenho diante de tanta beleza
e vagarosamente, sutilmente descortino tua pureza
para gravá-la no mais fundo dos meus olhos
e tatuá-la no mais recôndito da minha consciência
para jamais esquecer toda ternura das tuas curvas
que me fazem enlouquecer de louca paixão.
E como se tivesse tocando na mais nobre rosa
vou-me imbricando entre as pétalas da tua alma
nascente do mais puro perfume que jorra amor
e aos pouquinhos vou-me perdendo no teu mar
vou-me afogando e vou-me afundando na paz
do mais puro gozo que reluz de ti.

sábado, 17 de fevereiro de 2007

MELHOR MESMO É A ORIGINALIDADE.


Este é um poema inédito de Heloisa BP. E como bem o diz meu caríssimo professor Henrique, a poesia de Heloisa não é só poema é "um prosema". E os prosemas como ela os faz, como ela os constroi são singularíssimos, por isso mesmo, devem ser publicados em toda a sua originalidade. Originalidade que não encontro em outro lugar, nem em outro poeta, tampouco noutra poetisa. Tocá-lo, mesmo que a intenção seja a melhor das melhores, soa como um verdadeiro estupro literário. Portanto, aqui, e alhures, se publica o poema na sua inteira virgindade, tal qual como se lhe surgiu na mente maravilhosa dessa poetisa que cada dia mais nos encanta.


==========


"Prosema"
----------------

***HOJE LEMBREI-ME DE MIM***
---------------------------------------------

Hoje, lembrei-me de mim!
Hoje, lembrei-me de mim
Me encontrei ali
Ao dobrar daquela
Esquina
Na Avenida calcada
De Noites...
E, vendo namorar a Lua
Me senti com inveja Tua!...


De Quem??
De mim, quando me encontrei,
Ou da Lua
E das Noites
Na Avenida, cuja esquina,
Ora, dobrei??...

Hoje, lembrei-me de mim!
Hoje, de mim lembrei
E me deslumbrei
Com saudades minhas!
Contente, de me ter encontrado
E, apenas, com um "ciumezinho",
Assim, ligeiro... DELA!

_A LUA, LA', ALTANEIRA,
FEITICEIRA_...

E, falando-Lhe,
Logo ali, Lhe perguntei,
Sem nenhuma cerimonia,
Querendo, Dela saber:
Quem Namora,
ELA, agora!???...
...
?SE, e' ainda o SOL
(esse danado)?...
Que passa o Tempo
TODO,
La', empoleirado,
E, nao vem correndo,
Procura'-LA
Enlaca'-LA
E... mais de perto
Namora'-LA!(??)...

Se, e' ,ainda, esse SER
PLATONICO
Semi-atonito,
Andando para Ca' ,
E, para La',
Do Horizonte,
E, ficando ali parado
Mesmo defronte
de Tua Janela
A Diamantes Ornada
E,A Bicos de Estrelas
Debruada!...
...

ELA, Enigmatica,
Semi-Palida,
Semi-Fria,
Semi-Lucida,
Semi-Translucida;
Logo me responde
Em sua poderosa VOZ,
Banhada de Lonjura:
_"E', SIM, CRIATURA IMPERTINENTE"_!

_"Criatura, que me interrogas,
Como se nao fosses Gente,
Mas, de Mim, SER IGUAL
Te arvorasses!
De Mim,
Como se fosses TU
Deusa Encantada
E, neste Dossel
Debrucada,
Qual Carroussel
PLANETARIO
Que Orbita
E Gravita
Na espiral de Meu
Calvario!...

_CALVARIO,
Que e',
Esta "Equi-Distancia"
_DISTANTE_,
*DELE*
_LA'_,
ETERNAMENTE,
E,PLATONICAMENTE,
DE MIM ENAMORADO!...

_Porque Me questionas
TU, O' MUlher
SER-GENTE,
Se, estas de Tua Vida
Descontente!?...
Nao imaginaras, por certo,
Meu lugar
Tomar,
AQUI!?...

_DEMENTE_!

...

Hoje, lembrei-me de MIM:
Respondi, eu, logo ali, a Lua
Muito rapidamente;
Porque, Deusas,
Queremos, de Nos Contente!...

...

_Lembrei-me, hoje, de Mim
E, olhei para Ti,
AI', palida, translucida,
Eternamente Enamaroda
De Um REI
Cujo TRONO
Vale NADA!

UM REI,
DE COROA DOURADA
DE RAIOS CHISPANTES,
E BRILHANTES
ADORNADA,
Mas, que PODER
NAO TEM!

_PODER NAO TEM,
Para transpor em TREM
Que nao "Descarrila"
Nao oscila
Nem vacila
Na LINHA DE FERRO
DO UNIVERSO!
...
E... continuando correndo,
Galopando na garupa
Desse descomunal
CAVALO DE FERRO
_FERRO EM BRASA_
Patinado a "OURO VELHO"
Qual rara VELHARIA
Da FEIRA DAS VAIDADES
NO ANTIQUARIO DAS VERDADES!...
...
E...
Que Estranho E' O REI,
Que TE nao ARREBATA
Via Lactea Alem...
Para o outro Lado,
_DO TREM_,
Que corre apressado
Nos Carris Enferrujados
DO TEMPO!...
.....................

HOJE LEMBREI_ME DE MIM!

Hoje, de Mim lembrei!
E, quando me encontrei
No dobrar da Esquina
Da Tal AVENIDA
CALCADA DE NOITES...
ONDE UMA OUTRA E ,MAIS OUTRA, VEZ TE VI,NAMORAR O SOL;ASSIM,
PLACIDAMENTE,
EMPALIDECIDADE MORTE,VESTIDA DE VIDA!...
...

E... pensando, eu,
Sentir, como que,
Um "Ciumezinho de TI*,
Porque, Enamorada
AMADA!
_OU MAL AMADA_!???...

Mas, qual ciume, qual nada!...
Logo ali , em MIM,
TE RECONHECI!!!!!
E, de TI,
Irma,
Entao me compadeci!
Porque, como Irma e Deusa,
Nao precisas
"Posar" em Superiodidade...
Porque, entre NOS,
Existe, por Abismo,
Uma Paradoxal
IGUALDADE!
_*TU*,
PLANTADA AI',
SEMI-PALIDA,
SEMI-TRANSLUCIDA
SEMI-GELIDA
SEMI-AMADA
SEMI-DESTRONADA
SEMI-TUDO E SEMI-NADA...

E, EU,
AQUI,
DESTE LADO DO ESPACO,
DE IGUAL MODO,
PLANTADA,
NO MEIO DO NADA,
NUM PLATONISMOCONFRANGEDORHUMILHANTEDEMOLIDORDESOLADORE...EM TUDO
IGUAL A TUA DOR!...
...

DEUSA E IRMA,
Palida e Fria
De Feiticeiro Cio
ENLUARADA...
*TU, COMO EU*,
NAO ES DEUSA
NAO ES GENTE
NAO ES NADA!!!!!

ES, APENAS PO' DE COSMOS
EM ESFERICA FORMA
PETRIFICADA!
Eu, EM JEITO DE GENTE,
DE ESFERICA ALMA,
POR SETA FERIDA
POR *EROS* LANCADA
_EROS E CUPIDO QUE OS NOMES SAO DOIS OU TRES_
O SER E' UNO!
E' SINGULAR!
MAS, A SETA DOURADA
DE AMOR ENVENENADA,
PENETRA MINHA CARNE
PERFURA A ESFERICAE, OU, INFORME ALMA
E DEIXA CHAGA ABERTA,
EM SANGUE ,SER LAVADA!

E...

AQUELA "COISA"
EM DOR DOBRADA
EM VERMELHO DERRAMADA
SEI LA', SE E' ALMA
OU SE E' CORPO:
_SEMI-VIVO!
_SEMI-PALIDO!
_SEMI-TRANSLUCIDO!
_SEMI-DEMENTE!
_SEMI-MORTO!
_SEMI-GENTE...
PENANDO,
P'la accao da mesma
"Equi-Distancia"
Que e' a "Distancia"
_Exacta_
IGUAL,
Desse PLATONICO
ATONITO
DIABOLICO
*REI-SOL*:
AMOR ARDENTE...
DE FERVENTES
QUE SAO
*SEUS RAIOS*,
OFUSCAM TEUS OLHOS
_ MEUS OLHOS_!...
E, INCENDEIAM
DE FLAMEJANTES CHAMAS,
*O TEU E, O MEU*,
CORACAO!!!!
.........................
........................

Hoje, lembrei-me de Mim!
Hoje, lembrei-me e senti
Como Ambas
Temos Destinos Paralelos
Destinos Similares
Lunares e pateticos
Por Profeticos!

Hoje, lembrei-me de Mim,
E, ao lembrar-me VI
Como as Similaridades
Sao tao "Equi-Distancias"
Tao Singulares,
Ou... Tao Sarcasticamente,
Peculiares!...
_TU_
AI' PLANTADAETERNAMENTE ENAMORADA!
_EU_,
AQUI PREGADA
_ESTAGNADA_
PRESA A UM PEDACO DE TERRA
ONDE, BREVE, BREVE...
MUITO EM BREVE,
NUM LAPSO DESSE PROFANO*TEMPO*,
SEREI POR DESTINO OU DESTINACAO,TAO SOMENTE,
PROFETICAMENTE,
*PO', CINZA, E, NADA*!!!!!!!
.....................................
.....................................
HOJE!
HOJE...
BEM...

HOJE, LEMBREI-ME DE MIM!

E...HOJE, ME VI E NAO ME RECONHECI!!!!!!!!

..........

HOJE, LEMBREI-ME DE *TI*!
LEMBREI-ME E TIVE *DO'*:_DO', DE TI* EM MIM*_!!!!!!!!

...
.......
.............

HOJE, LEMBREI-ME DE MIM!...
LEMBRANDO-ME, SENTI,
QUE, DE *TI*,
*DELE, OU...DE MIM*,
ME PERDI!!!
.........................

ENTAO,
AO DOBRAR DAQUELA ESQUINA,
DA AVENIDA, CALCADA DE NOITES,
VENDO NAMORAR A *LUA*...
EU, JA' NAO SENTI INVEJA :*TUA*_O' LUA_!
...

O, que eu, senti, SIM,
Foi INVEJA DE MIM!
E, DAQUELE DOBRAR DE ESQUINA
EM NOITES BANHADAS DE LUAR
NAQUELA AVENIDADE FRONDOSAS ARVORESVESTIDA;POR ELAS, BELAS E ALTANEIRAS,LADEADAONDE *EROS* SE ESCONDIAE AMOR SE MOSTRAVAE, COM *PSIQUE*,
EM JOGOS DE PRINCESAS ADORMECIDAS
EM LAZERES SE ENCANTAVA!...
E... ONDE O VERBO *AMAR*,EM TODOS OS MODOS, SEM TEMPOS
[DEFINIDOS]SE CONJUGAVA!
...
E... AS SETAS DE CUPIDO
ERAM DE OURO E CALIBRE ESPECIALQUE, SENDO FATAL,TRESPASSAVAMMARCAVAMMAS SEM DOR! E,SEM CHAGA ABRIR!...
...
E... AS MANHAS ACONTECIAM
EM AURORAS DE *ABRIL*!

E... AS *ROSAS*_EM MAIO_SE DESFOLHAVAMEM PETALAS MIL!...

CHOVIAM DO CEU
AS PETALAS,COM TONS E OLORES TAIS...QUE ATE' A PALIDAE PLACIDA *LUA*FAZIAM *SORRIR*
MESMO, ANTES,DO *SOL*TER DE SE DESPEDIRPARA SE RECOLHERE REPOUSANTE SONO DORMIR!!!
.........

DORMIA O SOL!
DORMIA EU!
VELAVA A *LUA*
*O SONO MEU E... O SONO TEU*!!!
...
........

HOJE...
HOJE, LEMBREI-ME DE MIM!!...

HOJE...
HOJE, LEMBREI-ME DE *TI*!!!

E...
HOJE,
ME INTERROGO;
A MIM,
AO SOL,
A LUA:
_"SERA', QUE EM ALGUM DIA,
EU TE CONHECI?...
OU...TE VI,
MAS, NAO TE RECONHECI???...

........
...........
......................

HOJE, ACORDEI, PENSEI EM TI
E, ESQUECI-ME DE MIM!

.................................FIM.......
Escrito em 1 de FEVEREIRO de 2007*
EM BATH (Manha sob o Ceu de BATH!)
***************************************************Heloisa B.P.

terça-feira, 13 de fevereiro de 2007

ASAS DE PÁSSARO (*)


Por João Batista do Lago

Preciso das asas de pássaro
Para viajar minha eternidade
Ser companheiro do tempo
Vagar como a luz
Até encontrar os mundos
- diaspóricos mundos –
Mas que me talham em cada dia
Nascido de cada noite

Preciso das asas de pássaro
Para encontrar o amor sem tortura
Amá-lo como se ama a liberdade
Do ar que sustenta os corpos
Num equilíbrio de vadias perenidades
- anárquicas vadias perenidades –
Mas que me talham na alma
A consciência superior de querer-te

Preciso das asas de pássaro
Para ser o sujeito do ser
Assegurar as doidivanas virtudes
Desde o primeiro tempo... Desde a primeira luz...
Até encontrá-las loucamente amantes
- eternamente amantes –
Mas que me talham de toda Justiça
E de mim possam transcender-se

Preciso das asas de pássaro
Para seguir meu caminho errante
Ser eterno companheiro da vida
Com olhos e amor (de eterno amante)
Que se entregam às virgens do saber
- mistéricas virgens do saber –
Mas que me talham na alma a
Gênese da consciência e da justiça... E do amor

(*) Poema para Heloisa BP e Henrique Sousa.

domingo, 11 de fevereiro de 2007

"DA FAVELICIDADE BRASILEIRA"

Fonte: http://www.upf.edu/materials/fhuma/portal_geos/intgeo/g2/t7/img/favelas.jpg

A Favela-arte e o alegre
lirismo da Arte-favela

(Março/2006)


Como categorizar ou classificar o documentário “Falcão...” exibido na noite do último domingo[1], pelo programa “Fantástico, o show da vida”, da Rede Globo de Televisão, do Brasil, sobre as reais condições de vida dos viventes em favelas, no Rio de Janeiro – Cidade Maravilhosa? O que dizer do impacto que causou (o que não deveria, pois, essa é uma realidade comum a todos nós) ao outro lado, - à burguesia deificada pela pós-modernice imanente no imaginário da identidade brasileira -, ao ver-se refletida no espelho surrealista da grotesca sociedade nacional? Que caminhos tomar, a partir deste evento “espetacular e mitológico”, dessa fantasmagoria, desse babelismo favélico[2], que nos faz alegres e nos remetem a pensamentos tais quais: “ainda bem que não sou eu...”, “o que eu tenho a ver com isso se não moro no Rio de Janeiro...”, “isso é problema dos governos...”, “eu faço a minha parte...”, “venha para o meio...”?
Permito-me dizer que o relatório concreto[3] final (ou quase final!) da pesquisa feita em diversos morros favelados da suburbana “Princesinha do Mar”, que resultou neste documentário telemático, é uma obra de arte... Arte do submundo fantástico! Arte da degradação do ser! Arte da história do homem! Arte da história da consciência humana! Arte da teoria da sociedade! Arte da crítica e da razão! Arte do Aufklärung! Mas, também, é preciso dizer: é arte da auto-afirmação da burguesa pós-modernice que canta em verso e prosa toda a alegria da favela-arte que é mercadejada no imaginário coletivo do mercado animista[4]. É, sobretudo, a afirmação de uma arte inclusiva da exclusão... arte da reclusão... arte da guetização... arte da segregação... É, assim, todo o lirismo da arte contido em si.
O documentário desvela, ao mesmo tempo, uma tipologia dialética do Eu louco foucaultiano numa direção rastreadora do mimetismo e da metamorfose kafkiana. Gostaria mesmo de não ter essa representação imagética desse sanatório geral, mas só ela me é possível após as imagens do aqui e agora, do real e do realismo puros, apresentadas em rede nacional de televisão. Pena que três quartos (ou mais até!) dos expectadores foram dormir sem quaisquer ânsias de vomição, pois, senso comum: a pobreza, a fome, a miséria, a desigualdade, a falta de trabalho... tão essenciais para o desenvolvimento e o progresso da burguesa sociedade que dorme em berço esplêndido - e tudo o mais! – regem, como mitos sacralizados, a vida dessas almas seculares que não mais são tocadas pelos dedos dos deuses capazes de lhes proporcionar a felicidade na terra. Mesmo que momentaneamente amarguradas serão embaladas nesta noite pelos sonhos opiáticos da burguesa solidariedade (ou pena!?) cristã. Que pena!
A cavernosidade do documentário é tanta que provoca letargia imanente não deixando eliminar o monstro e toda sua monstruosidade latente imbricada numa filosofia niilista que veda os olhos da esperança por mais otimistas que queiramos ou desejamos ser. E ainda que o fato se dê no aqui e agora, ele revela a pré-história do ser humano incapaz de resolver seus antagonismos, mesmo que à cada dia mais se eleve ao nível das tecnologias esperançosas (nada mais que falsas verdades!) de uma alteridade capaz de resgatá-lo num progresso sei-lá-do-quê.
Não há como não desesperançar quando nos interiorizamos ou retornamos a essa caverna do humano onde somos assassinados após ver toda a beleza da luz, do sol, da lua, do dia, da noite, dos rios, dos pássaros, das árvores, das rosas, das flores!... Não há como não desesperançar quando nos vemos apenas um mercado onde o modo de produção é a miséria... a fome... a desigualdade... a injustiça...
O que esperar, então, desta obra de arte que retrata e reflete o eu-nós-eu-em-si nessa droga de favela-arte da droga da arte-favela em todo o seu lirismo dogmático?
- O burguês prêmio por mostrar a dialética da negação estética da favela-arte que é comercializada no mercado negro da ética acrítica e amoral – “uma pré-história do idealismo, da imanência, do espírito exaltando-se a si mesmo, da subjetividade dominadora, em que é preciso enfatizar as configurações do mito e da pós-modernidade, da natureza e da história, do antigo e do novo, do sempre idêntico e do outro, da decadência e da salvação”.[5]
Mas, “Falcão...” também nos remete para uma verificação da dialética da cultura da miséria imanente no humano que, em si, é o Eros lírico da arte fetichizada. De certa maneira nos mostra a forma e o conteúdo dessa mísera democracia libidinosa presente no aqui e agora que pensamos está além de nós, quando, em verdade, ocorre dentro da infra-estrutura política, social e econômica, no interior de cada elemento individual do sócio-histórico, isto é, da sociedade, numa pulsão prazerosa da catástrofe e do caos.
Por acaso não é a miséria a estética subjetivista de uma sociedade que contém em si diversidade de emoções e sentimentos que a suscita? Que a torna bela? Que a faz atraente? Que a deseja? Que a erotiza? Que a transforma em mito? Que a consome? Que a subjuga? Que a exclui? Que a faveliza? Que a discrimina? Que a domina? Que a naturaliza, enfim, e a desclassifica?
“Com o recuo da luta de classes em pleno dia, a contradição mudou de forma: ela tem agora a aparência de uma despolitização das massas numa cidade que era, ela própria, cada vez mais politizada. À medida que a separação entre Estado e sociedade desaparece, e o poder social se torna político sem mediação, vê-se aumentar objetivamente o antigo desequilíbrio entre a igualdade inserida no direito e a desigualdade efetivada na repartição das oportunidades de agir politicamente. Esse mesmo processo, aliás, tem também por efeito o fato de ele mesmo perder seu caráter permanente e sua acuidade na cabeça dos homens. A sociedade que, embora seja política por natureza, não está mais separada do Estado, continua a ser concebida como uma entidade separada do Estado nas formas do Estado liberal de direito – essa sociedade funcionaliza cada vez mais seus cidadãos para fins oficiais mutantes, mas, para isso, os privatiza em sua consciência”[6]
É, pois, preciso pensar, entender e compreender - de uma vez por todas - que o morro e toda a sua história de miséria imanente e miseráveis imanentes, e não menos mitológicos e fetichizados, não estão além ou aquém do humano, não estão além ou aquém do sagrado, não estão além ou aquém da metafísica, não estão além ou aquém da racionalidade, não estão além ou aquém da sociedade, não estão além ou aquém do capital e do capitalismo, não estão além ou aquém do Estado. Estão em si. Encontram-se tatuados nas suas essências espirituais e delas jamais podem afastar-se ou desgarrar-se ou desintegrar-se.
Seria, então, a lírica arte de M. V. Bill, a pré-configuração latente de um tipo de profecia que se cumpre por si mesma sobre a forma e conteúdo dos moradores em favelas? Ou, seria, ao contrário, a materialidade real da catástrofe e do caos, que sempre estamos jogando para baixo do tapete das subjetividades latentes, como evitação do reconhecimento, compreensão e entendimento da verdade objetiva?
[1] 19 de março de 2006.
[2] 1 Ora, toda a terra tinha uma só língua e um só idioma.
2 E deslocando-se os homens para o oriente, acharam um vale na terra de Sinar; e ali habitaram.
3 Disseram uns aos outros: Eia pois, façamos tijolos, e queimemo-los bem. Os tijolos lhes serviram de pedras e o betume de argamassa. 4 Disseram mais: Eia, edifiquemos para nós uma cidade e uma torre cujo cume toque no céu, e façamo-nos um nome, para que não sejamos espalhados sobre a face de toda a terra.
5 Então desceu o Senhor para ver a cidade e a torre que os filhos dos homens edificavam;
6 e disse: Eis que o povo é um e todos têm uma só língua; e isto é o que começam a fazer; agora não haverá restrição para tudo o que eles intentarem fazer.
7 Eia, desçamos, e confundamos ali a sua linguagem, para que não entenda um a língua do outro.
8 Assim o Senhor os espalhou dali sobre a face de toda a terra; e cessaram de edificar a cidade.
9 Por isso se chamou o seu nome Babel, porquanto ali confundiu o Senhor a linguagem de toda a terra, e dali o Senhor os espalhou sobre a face de toda a terra. (Gênesis. 11, 1-9.)
[3] Por estudo concreto, entende-se: um relato da sociedade como, totalidade. Porque somente neste relato é que a consciência, que os homens podem ter em cada momento de sua existência, aparece em suas relações essenciais. Por um lado, aparece como algo que, subjetivamente, se justifica, se compreende e se deve compreender a partir da situação social e histórica, como alguma coisa de "justo"; e, ao mesmo tempo, aparece como alguma coisa que, objetivamente, é passageira com relação à essência do desenvolvimento social, que não se conhece nem se expressa adequadamente, e pois como "falsa consciência". Por outro lado, essa mesma consciência aparece sob essa mesma relação como carente subjetivamente dos alvos que a si mesma assinalou, ao mesmo tempo em que aparece visando e atingindo os alvos objetivos do desenvolvimento social, desconhecidos dela e que ela não desejou. Essa determinação, duplamente dialética, da "falsa consciência" não mais permite tratá-la restringindo-se a descrever o que os homens pensaram, sentiram ou desejaram efetivamente sob determinadas condições históricas, nas determinadas situações de classe etc. O que ai está é apenas o material, e, para dizer a verdade, muito importante, dos estudos históricos propriamente ditos. Estabelecendo-se a relação com a totalidade concreta, donde saem as determinações dialéticas, supera-se a mera descrição e alcança-se a categoria da possibilidade objetiva. E relacionando-se a consciência à totalidade da sociedade, descobrem-se os pensamentos e os sentimentos que os homens teriam tido, em uma situação vital determinada, se tivessem sido capazes de perceber perfeitamente essa situação e os interesses que daí decorrem tanto no que se refere à ação imediata como à estrutura, conforme a esses interesses, de toda a sociedade. Descobrem-se, pois, os pensamentos, etc., que são conformes à sua situação objetiva. Em nenhuma sociedade o número de tais situações é ilimitado. Mesmo se a sua tipologia está elaborada graças às pesquisas minuciosamente aprofundadas, tem-se por resultado alguns tipos fundamentais claramente distintos uns dos outros e cujo caráter essencial está determinado pela tipologia da posição dos homens no processo da produção. Pois a consciência de classe é a reação racional adequada que deve, dessa maneira, ser adjudicada a uma determinada situação típica no processo de produção. Essa consciência não é nem a soma nem a média do que os indivíduos que formam a classe, tomados separadamente, pensam, sentem, etc. Entretanto, a ação historicamente decisiva da classe como totalidade está determinada, em última instância, por essa consciência e não pelo pensamento etc., do indivíduo. E essa ação não pode ser conhecida a não ser a partir dessa consciência. (Consciência de Classe - György Lukács. 1920)
[4] Um bom exemplo disto é o filme Cidade de Deus (Fernando Meirelles), e mais remotamente Pixote (Hector Babenco), que, tal qual o documentário, fala sobre a vida e o comportamento das pessoas que moram nos morros e favelas do Rio de Janeiro, a partir de uma abordagem criminológica. Em Pixote a linguagem utilizada foi a do autor do filme. Cidade de Deus aborda o tema a partir de uma linguagem do sujeito interno, mas contada na terceira pessoa. A “fita” recebeu da burguesia pós-moderna – nacional e internacional - comentários apologéticos muito além do seu real valor estético. Aliás, este, sequer foi analisado do ponto de vista artístico-social. Mataforicamente pode-se afirmar que, neste caso, tem-se produzido um verdadeiro “Salmos” (o que prevejo para este documentário) sobre esta obra que, diga-se de passagem, não foi a primeira e tampouco será a última. O importante é notar que tanto nos filmes anteriores quanto neste caso (do documentário) percebe-se a clarividente profecia que se cumpre por si mesma que é “uma definição falsa da situação que provoca uma nova conduta a qual, por sua vez, converte em verdadeiro o conceito originalmente falso. A validade especiosa da profecia que se cumpre por si mesma perpetua o reinado do erro, pois o ‘profeta’ mencionará o curso real dos acontecimentos como prova de que tinha razão desde o princípio” (Robert K. Merton) mas, que não é sequer pautada para um debate esclarecedor no seio da sociedade (intra e extra) que, mais uma vez, surge no cenário como massa de manobra para as dominações latentes dos tais incluídos ou como mais recentemente apregoa a propagandística católico-cristã: os do meio.
[5] Resumo micrológico dos pensamentos (aleatórios) dos frankfurtianos Max Horkheimer, Theodor Adorno e Walter Benjamim.
[6] A Escola de Frankfurt – Wiggershaus, Rolf, 2002, p. 584.


= = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = =


POEMA PARA JOÃO*

Por João Batista do Lago

Para ele a vida era apenas um começo!
Tudo era descoberta. Tudo.
Mas a algoz violência calou João.
João está mudo!
Antes mesmo do deserto da vida calaram João.
Mataram João.
Agora João, a esperança, está mudo.
Agora tudo está mudo.

O calvário de João
Tomado de assalto pelo ladrão, que
Sem qualquer perdão
Arrastou o corpo de João pela
Cidade Maravilhosa,
Começou no semáforo,
Anticorpo das artérias da cidade...
Da cidade de João.

Chicoteado pelo asfalto,
Arrastado pelo sonho do consumo,
João desfilava sua dor
Entre os gritos das gentes:
- Párem... párem... párem,
Pelo amor de Deus, párem!
Mas Deus não estava ali
Para salvar o pequeno João.

Golias venceu Davi!
Agora João está mudo, e
Não está mais aqui, e
Não terá mais o Rio para
Batizar a Vida, e
Não terá mais o mundo – este deserto -,
Para deblaterar contra
A insensatez da miséria.

Quanta pilhéria nos
Revela o calvário do pequeno João!
João está mudo,
Mas se instala em cada coração
Para dizer a toda gente:
- prestem atenção senhores dono do mundo,
Eles não têm razão, e vós, que razões querem ter?
Escutai, escutai com coragem a voz do Ser.

Ah, João não está mudo!
João agora é cada um... é cada ser.
E cada João não quer esquecer
Que em cada ser há um “bom” ladrão...
Ladrões de joões e josés, de marias e madalenas
Que revelam em suas cantilenas
O sofrimento da hora, da agonia de agora,
Mas logo em seguida esquecem a Maria que chora.

João não está mudo!
Está plantado no alto do morro,
De braços abertos, está
Gritando ao mundo, está
Pedindo socorro, está
A toda gente, a todo crente,
E aos donos do mundo, está
Dizendo: menos riqueza... dai conta da miséria e da pobreza.

* João Hélio Fernandes, de seis anos, foi arrastado por um carro, durante um assalto.

quinta-feira, 1 de fevereiro de 2007

UMA LETRA À PROCURA DE UM MÚSICO


RAIO DE LUZ

(Em homenagem a atriz Cláudia Raia, aos meus olhos, uma das maiores atrizes brasileiras da atualidade).


Por João Batista do Lago

Quando ela surge
Pelos palcos da vida
Um raio de luz... Reluz!
Traduz no olhar
No leve balé do seu corpo
Toda emanação da lira
Que encanta o meu sonhar
No verso e na prosa (e)
Faz-me rir. Faz-me chorar.
E assim vou vivendo
Na raia do tempo querendo
Um instante sequer no palco
Ser um pouco do talco
Que embeleza seu rosto
Ser o batom que beija cada palavra
Que lavra na alma do ouvinte
Toda felicidade que raia
Na divinal comédia da vida
Ou mesmo na tragédia dolorida
A mais doce canção verberante
Na alma deste Sansão errante.