POLUIÇÃO
Por João Batista do Lago
As ventas de Deus
de tanto entupidas
já não respiram vidas...
E de tanta fumaça
já não mais tem graça
do paraíso
que perdeu o sorriso
das flores e das rosas
e que aos poucos
cauteriza o ventre da terra...
.............................................
Estão entupidas
as ventas de Deus
pelo vírus do consumo humano
quinta-feira, 22 de março de 2007
quarta-feira, 21 de março de 2007
PORQUE HOJE É O "DIA DA POESIA"
A POESIA É...
João Batista do Lago
A poesia lapida o diamante bruto.
A poesia amolece o coração xucro.
A poesia vê a beleza onde os olhos
enxergam apenas mísera tristeza.
A poesia desvela e revela
a alma do povo em cada nova palavra
como novo alvorecer.
A poesia transforma o ser.
A poesia briga.
A poesia deblatera.
A poesia chora.
A poesia ri.
A poesia ama e odeia e grita.
A poesia anoitece no amanhecer,
como amanhece no anoitecer.
A poesia acontece em qualquer ser.
A poesia é filosofia e
também sociologia.
A poesia é deus e o diabo.
A poesia é Horácio, é Hesíodo.
A poesia é Aristóteles e Platão.
A poesia é Jesus e João,
Herodes e Salomé.
A poesia é feita de Hércules e de Náusicaas.
A poesia é vida e morte.
A poesia é azar e sorte.
A poesia é língua, fala e linguagem.
A poesia é Paidéia.
A poesia é Arete.
A poesia é.
João Batista do Lago
A poesia lapida o diamante bruto.
A poesia amolece o coração xucro.
A poesia vê a beleza onde os olhos
enxergam apenas mísera tristeza.
A poesia desvela e revela
a alma do povo em cada nova palavra
como novo alvorecer.
A poesia transforma o ser.
A poesia briga.
A poesia deblatera.
A poesia chora.
A poesia ri.
A poesia ama e odeia e grita.
A poesia anoitece no amanhecer,
como amanhece no anoitecer.
A poesia acontece em qualquer ser.
A poesia é filosofia e
também sociologia.
A poesia é deus e o diabo.
A poesia é Horácio, é Hesíodo.
A poesia é Aristóteles e Platão.
A poesia é Jesus e João,
Herodes e Salomé.
A poesia é feita de Hércules e de Náusicaas.
A poesia é vida e morte.
A poesia é azar e sorte.
A poesia é língua, fala e linguagem.
A poesia é Paidéia.
A poesia é Arete.
A poesia é.
terça-feira, 6 de março de 2007
Os Ricos, os Pobres e a Globalização
Por João Batista do Lago[1]
Questionar a globalização e suas conseqüências dá-nos a impressão de malhar em ferro frio. Mas será isso mesmo? Devemos nos acomodar e aceitá-la sem quaisquer questionamentos? Devemos admitir, por definitivo, que o Mercado é o nosso “deus”? Devemos introjetar no nosso existir a submissão absoluta às rezas da igreja global? Devemos aceitar a demonização dos que insistem em discordar dos métodos e das metodologias dessa igreja? Essas são questões reflexivas...
Dizem os apologistas da globalização, ainda hoje, que ela é a medida exata para diminuir as distâncias entre pobres e ricos; que cabe aos mercados ditar as regras; que compete aos mercados propor e gerir as diferenças entre ricos, novos ricos, pobres e miseráveis. Será isto uma verdade insofismável? Será isso o que vem ocorrendo? Ou será que as nações pobres estão ficando miseráveis e as nações ricas mais trilhardárias, aprofundando assim ainda mais as diferenças? Essas são questões reflexivas...
Aos meus olhos, a globalização, é um engodo. É a forma mais sutil, porém a mais vil, a mais estúpida e a mais selvagem fonte de dominação de povos e nações pobres e miseráveis por parte das nações ricas. A queda das tais barreiras comerciais não passa de pura desterritorialização dos Estados-Nação que, assim, ficam vulneráveis e unicamente dependentes de um tipo de capital virtual que, num clique pode varrer do mapa nações e povos do terceiro, quarto ou quinto mundos.
Mas assim como para toda e qualquer ação temos uma contra-ação natural e original, assim está ocorrendo com a globalização (e não é de hoje!) que teimava em não mostrar, em segregar, em esconder, em reprimir a miséria e a pobreza existentes no mundo, sob o discurso de que o mercado iria resolver tais questões. Ledo engano. Os formuladores da globalização jamais imaginariam que a miséria e a pobreza, com a queda das tais barreiras comerciais, também se introduziriam como mercadoria ou moeda de exportação.
E agora o que fazer com esse paradigma?
Pois é. Esqueceram-se os ideólogos da globalização que a pobreza e a miséria poderiam constituir-se em causa-efeito desse mesmo paradigma universal: a globalização. Paradoxalmente essa mesmíssima globalização que serve para engordar a “burrinha” dos ricos, não dimensionaria uma vertente: a migração da pobreza e da miséria que se estão espalhando pelos seus quintais, noutras palavras, que se estão globalizando entre as nações ricas.
Em Londres (Inglaterra), por exemplo, jamais se vira, antes do advento da globalização, vendedores de hot-dog em frente ao palácio da rainha-mãe, que chegou inclusive a ficar incomodada (e reclamar) com o odor que exalava do apetitoso “cachorro quente”, bem conhecido entre nós, brasileiros. Esse é apenas um exemplo emblemático e com todas as tintas para a pintura de quadro surracionalista.
Quanta ironia!
[1] João Batista do Lago é poeta, escritor, teatrólogo e jornalista.
Questionar a globalização e suas conseqüências dá-nos a impressão de malhar em ferro frio. Mas será isso mesmo? Devemos nos acomodar e aceitá-la sem quaisquer questionamentos? Devemos admitir, por definitivo, que o Mercado é o nosso “deus”? Devemos introjetar no nosso existir a submissão absoluta às rezas da igreja global? Devemos aceitar a demonização dos que insistem em discordar dos métodos e das metodologias dessa igreja? Essas são questões reflexivas...
Dizem os apologistas da globalização, ainda hoje, que ela é a medida exata para diminuir as distâncias entre pobres e ricos; que cabe aos mercados ditar as regras; que compete aos mercados propor e gerir as diferenças entre ricos, novos ricos, pobres e miseráveis. Será isto uma verdade insofismável? Será isso o que vem ocorrendo? Ou será que as nações pobres estão ficando miseráveis e as nações ricas mais trilhardárias, aprofundando assim ainda mais as diferenças? Essas são questões reflexivas...
Aos meus olhos, a globalização, é um engodo. É a forma mais sutil, porém a mais vil, a mais estúpida e a mais selvagem fonte de dominação de povos e nações pobres e miseráveis por parte das nações ricas. A queda das tais barreiras comerciais não passa de pura desterritorialização dos Estados-Nação que, assim, ficam vulneráveis e unicamente dependentes de um tipo de capital virtual que, num clique pode varrer do mapa nações e povos do terceiro, quarto ou quinto mundos.
Mas assim como para toda e qualquer ação temos uma contra-ação natural e original, assim está ocorrendo com a globalização (e não é de hoje!) que teimava em não mostrar, em segregar, em esconder, em reprimir a miséria e a pobreza existentes no mundo, sob o discurso de que o mercado iria resolver tais questões. Ledo engano. Os formuladores da globalização jamais imaginariam que a miséria e a pobreza, com a queda das tais barreiras comerciais, também se introduziriam como mercadoria ou moeda de exportação.
E agora o que fazer com esse paradigma?
Pois é. Esqueceram-se os ideólogos da globalização que a pobreza e a miséria poderiam constituir-se em causa-efeito desse mesmo paradigma universal: a globalização. Paradoxalmente essa mesmíssima globalização que serve para engordar a “burrinha” dos ricos, não dimensionaria uma vertente: a migração da pobreza e da miséria que se estão espalhando pelos seus quintais, noutras palavras, que se estão globalizando entre as nações ricas.
Em Londres (Inglaterra), por exemplo, jamais se vira, antes do advento da globalização, vendedores de hot-dog em frente ao palácio da rainha-mãe, que chegou inclusive a ficar incomodada (e reclamar) com o odor que exalava do apetitoso “cachorro quente”, bem conhecido entre nós, brasileiros. Esse é apenas um exemplo emblemático e com todas as tintas para a pintura de quadro surracionalista.
Quanta ironia!
[1] João Batista do Lago é poeta, escritor, teatrólogo e jornalista.
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